sábado, 13 de março de 2021

Medo de Novos Desafios? Tenho medo de não tê-los!



VOLTAMOS! E em grande estilo! Na retomada do nosso projeto, optamos por dar voz a pessoas que estiveram em situações e dificuldades que vocês leitores enfrentam suas rotinas atuais de início de carreira. Em mais uma participação feminina por aqui, o tema do texto de hoje são Novos Desafios, com a nossa amiga Emannuelle Rover:

"Conheci o Marcelus durante nosso treinamento de líderes da Stone, em novembro de 2018. Jovens, um tanto orgulhosos de nossas conquistas (ele com as várias farmácias e eu com postos de gasolina), logo passamos a trocar ideias sobre nossas realidades como profissionais. Por vezes, essas ideias assumem um tom de provocação, mas apesar disso, sempre buscando ajudar na evolução do outro. Por isso fiquei feliz quando ele me convidou para contribuir com o seu projeto. Assim, estarei contando um pouquinho sobre como uma Geógrafa, pós-graduada em Análise Ambiental, se tornou gestora de uma equipe de vendas. 

Sou Emannuelle, 27 anos, natural de Nova Trento, uma cidade com pouco mais de 12 mil habitantes, localizada no interior de Santa Catarina. Ex atleta profissional de vôlei e completamente apaixonada por esse esporte que você vai perceber ter muito a ver com a minha personalidade. Meu diploma, como comentei precocemente antes das apresentações, é de Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina, com pós-graduação em Análise Ambiental pela Univali. Como geógrafa, a maior parte de minha formação foi voltada para a área cartográfica. Por isso, em 2016 quando passei a procurar emprego após formada, não possuía especialização suficiente para alcançar um emprego em alguma empresa ambiental ou mesmo para atuar como consultora nos projetos. E olha que eu busquei de todas as formas. Entreguei currículo pessoalmente e via e-mail em mais de 10 cidades, porém não foi suficiente. Foi então que optei pela pós-graduação. 

Meses depois, mesmo com o networking com professores e colegas, não conseguia me desenvolver profissionalmente. Mas esse período foi importante para que eu percebesse duas coisas: a dificuldade em alcançar o êxito na área ambiental sem um apadrinhamento e, uma posterior falta de empenho ocasionada por um interesse superestimado pelo tema. E quando me dei conta, decidi mudar. 
 
Com 24 anos, precisando trabalhar, buscando encontrar algo que gostasse e que tivesse campo profissional, comecei a cursar Contabilidade e atuar como estagiária no trabalho da minha mãe, em uma autarquia de água. Não nego, foi um tempo difícil. Com um sentimento de fracasso, tendo que apostar em algo totalmente novo e precisando apelar para minha mãe, que naquele momento da minha vida eu já imaginava estar ajudando e não sendo ajudada. Mas apesar disso, foi o tempo de maior autoconhecimento que tive, pós descobrimento do gosto pelo voleibol. Lembro inclusive de associá-lo com a troca de posição que tive em 2008, de Líbero para Ponteira. Foi algo totalmente novo, porém necessário para minha evolução como atleta e, no futuro momento, como profissional.   

E assim, esse novo cenário me permitiu explorar meus interesses da forma mais genuína, onde assumi que na pior das hipóteses, estaria conhecendo uma nova área que poderia exercer em algum momento da vida, assim como foi na troca de função no vôlei, somente iria agregar.  E foi justamente nesse ponto que descobri meu apreço em lidar com as pessoas. Como estagiária, fazia o atendimento ao público e julgava fascinantes as histórias que as pessoas me contavam sobre o porquê perderam a fatura de água. Percebi, eu queria algo com aquilo!  

Passei a procurar vagas que tivessem relação com atendimento e cheguei a conclusão que trabalhar no banco seria uma boa opção. Assim, corri atrás de um novo networking, descobri que teria que ter uma Certificação conferida através de uma prova e, experiência em vendas. Estudei para a prova durante meus intervalos de atendimento, passei com 98,8 e parti novamente para as entrevistas. Antes de chegar a conclusão que sem a experiência em vendas eu não teria a tão sonhada vaga, fui reprovada no Itaú, Bradesco, Sicoob, Sicredi e Viacredi.  Por fim, decidi que iria redirecionar meus esforços novamente: agora preciso ter experiência em vendas.  Foi então que vi o anúncio no Vagas.com, “Consultor Comercial BI - Stone Pagamentos”. Se naquele momento eu sabia o que era a Stone? Confesso que a palavra “Comercial” me atraiu muito mais no anúncio da vaga, porém isso logo mudou quando abri o site e vi a seguinte frase: “Temos sonhos grandes e um longo caminho a percorrer”. E com aquela frase, aquela empresa deixou de ser apenas a vaga Comercial, para ser um divisor de águas na minha trajetória profissional. 

Ano passado, em meio à pandemia, vi meu ciclo na Stone se encerrar e confesso que minha primeira reação, que perdurou por um certo tempo, foi de tristeza por estar deixando uma empresa que eu tenho um imenso amor. Porém, assim como tudo na Stone, isso serviu para me tirar da minha zona de conforto. Estudei, refiz currículo, fiz contatos, comecei a fazer inglês, participei de uma mentoria e em pouco mais de um mês estava empregada novamente em uma empresa de vendas, com uma vaga de gerência, que era algo que não queria abrir mão. Nesses últimos três anos atuei em Nova Trento, São João, Canelinha, Itapema, Balneário, Blumenau e mais 9 cidades adjacentes, até retornar a Florianópolis, onde resido e trabalho atualmente. 

Por fim, escrevendo esse texto e relembrando essa trajetória, percebo mais fortemente que não tenho e nem nunca tive medo da mudança, do esforço ou de novos desafios. Pelo contrário, tenho medo de não tê-los. Então se pudesse dar algum tipo de conselho a quem está começando, eu diria que não tenha medo de se arriscar e tentar, pois a vitória mais prazerosa é aquela conquistada através de muito esforço. Portanto permita-se tentar, experimentar, cair e errar, pois tenha a certeza, se você se arriscar, invariavelmente irá passar por tudo isso em um momento ou outro, mas como diz uma de minhas autoras favoritas, Brené Brown, eu escolhi viver na arena e é preciso coragem para se manter lá em meio às dificuldades e tombos, mas a vitória sempre vale a pena. "

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